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Vidros para fachada: transformações e inovações tecnológicas

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Tóquio, Dubai, Londres, Nova York, São Paulo e outras grandes metrópoles não deixam dúvidas: o vidro é um elemento-chave na concepção dos mais arrojados projetos no cenário arquitetônico mundial.

Para se ter uma ideia do tamanho da importância do vidro na Construção Civil, dos 1,8 milhões de metros quadrados de escritórios em edifícios de padrão elevado no estado de São Paulo que ficaram prontos até o ano passado, 24% deles apostaram em fachadas de vidro.

Com o uso do material cada vez mais em alta e a descoberta de novas tecnologias que reforçam as vantagens que este produto proporciona, como reflexão, barreira para a entrada de calor, resistência a impactos, estética, entre outros, preparamos um resumo apresentando as evoluções e inovações nas fachadas de vidro. Confira!

 

vidros-tecnologia-1PELE DE VIDRO, ANOS 1970

Desenvolvida com o objetivo de reduzir a visibilidade dos perfis de alumínio na fachada de edifícios, a pele de vidro constituiu, na década de 1970, uma resposta da indústria às solicitações do mercado. Nesse tipo de sistema, as colunas são fixadas nas vigas pelo lado interno, enquanto o vidro permanece encaixilhado. Com isso, a fachada passa a destacar mais os painéis de vidro, apesar de manter a marcação de linhas horizontais e verticais da caixilharia.

A diferença entre esse sistema e o utilizado para a fachada-cortina convencional é que esta tem as colunas estruturais fixadas pela face externa, diretamente em cada frente de viga, marcando de forma muito acentuada as linhas verticais. A primeira obra executada com pele de vidro foi desenvolvida pela Ajax, no final da década de 1970, para o Centro Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. A evolução desse sistema ocorreu a partir da década de 1980, quando o structural glazing veio atender à solicitação dos arquitetos no sentido de que as fachadas eliminassem definitivamente a visualização do alumínio.

 

vidros-tecnologia-2STRUCTURAL GLAZING, OU QUANDO O VIDRO É COLADO

Evolução das primeiras tecnologias de pele de vidro, esse sistema permitiu viabilizar a execução de panos de vidros contínuos. Nele, os vidros são colados com selante estrutural nos perfis de alumínio, que ficam ocultos na parte interna da estrutura. O edifício do Citibank, em São Paulo, construído em 1986, é uma das obras icônicas a lançar mão dessa solução.

Com a aplicação do structural glazing, as fachadas tornaram-se transparentes, com o vidro como elemento definidor da estética. Mesmo sendo apontado como uma das grandes evoluções da tecnologia nas últimas décadas, esse sistema não contava, inicialmente, com vidros que atendessem às exigências de conforto térmico.

Por isso, algumas edificações mais antigas carregam o ônus de manter equipamentos de ar condicionado caros e altamente consumidores de energia. Hoje, entretanto, o mercado dispõe de novas gerações de vidros, que geram elevados índices de sombreamento, conforto ambiental e economia no condicionamento do ar.

 

vidros-tecnologia-3MÓDULOS UNITIZADOS: RUMO À INDUSTRIALIZAÇÃO

Outra evolução dos sistemas de fachada são os módulos unitizados, que chegaram ao país no final da década de 1990. O conceito foi desenvolvido por projetistas norte-americanos, consistindo, basicamente, em unir os vários elementos – gaxetas, borrachas, acessórios e vidros – em um módulo produzido na fábrica.

O edifício Berrini 500, construído em São Paulo a partir de projeto do arquiteto Ruy Ohtake, foi o primeiro a utilizar o sistema de módulos, com caixilhos entre vãos, projetado pela empresa norte-americana Kawneer. Depois, veio a obra do BankBoston, concluída em 2002, também em São Paulo, projeto do grupo SOM e do Escritório Técnico Júlio Neves, que utilizou o sistema de fachada-cortina com módulos unitizados. Entre as obras mais recentes estão o edifício Comendador Yerchanik Kissajikian, na avenida Paulista, e a Torre Almirante, projeto de Pontual Arquitetura e Roberto Stern, concluído no final de 2004, no Rio de Janeiro.

 

VIDRO TIPO LOW-E: SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL

Num país tropical como o Brasil, o calor é um dos artifícios que requer atenção de arquitetos e paisagistas, e uma espécie de inimigo para um material como o vidro, que possui deficiências quanto às questões térmicas.

vidros-tecnologia-4Para atenuar esse tipo de condição climática, os avanços tecnológicos na produção dos vidros para revestimento têm assegurado mais desempenho aos projetos. Entre os exemplos mais conhecidos estão os materiais que possuem a tecnologia low-e, que reduz o ganho de carga térmica e proporciona transparência e baixos níveis de refletividade.

Segundo a Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro), o vidro low-e de controle solar apresenta refletividade externa entre 8% e 10% e transmissão luminosa entre 70% e 80%.

Além dessas vantagens, o material pode ser utilizado para intensificar propriedades energéticas e até conferir características de segurança.

 

VIDRO DUPLO E A TERMOACÚSTICA

Por oferecer privacidade, aproveitamento máximo da luz natural e controle da luminosidade (entrada de luz e calor) e grande durabilidade, os vidros duplos são considerados uma excelente solução para isolamento térmico e acústico, visto o material atenuar as ondas sonoras em níveis superiores ao do vidro comum com melhor resultado pela utilização de gases especiais.

Composto por qualquer tipo de vidro (temperado, laminado, colorido, incolor, metalizado e de baixa emissividade), o sistema de envidraçamento duplo, também chamado de insulado, pode combinar vidros de propriedades diferentes, como a resistência (externa) dos temperados com a proteção térmica (interna) dos laminados.

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Entre os projetos onde os vidros duplos insulados foram empregados na fachada foi o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, cuja obra de ampliação (a construção de um Terminal, finalizada em 2014) contou com a instalação do material para amenizar a entrada do som produzido pelas aeronaves.

O sistema utilizado no Terminal é composto por dois vidros laminados que oferecem níveis mais elevados de desempenho do que o vidro monolítico, devido às características superiores de amortecimento sonoro.

 

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