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Sustentabilidade gera menor custo no paisagismo de empreendimentos

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Enquanto a maior parte dos setores da cadeia da construção evoluíram rapidamente nas últimas décadas, o paisagismo brasileiro não conseguiu acompanhar as mudanças necessárias aos novos tempos. Na contramão de cidades-modelo como Nova Iorque e Paris, no Brasil ainda predominam projetos de paisagismo desconectados da natureza original do local e focados apenas na estética, não se atentando a funcionalidade e otimização de recursos.

O resultado nesse começo de século são as nossas cidades com 90% de uso de vegetação de origem estrangeira nas composições, algo que impacta tanto na qualidade de vida e conforto ambiental dos usuários, quanto no bolso do empreendedor. Plantas de origem estrangeira tem maiores custos de manutenção na obra, por não serem ancestralmente adaptadas as condições locais de solo, doenças e chuvas,  e também em maiores custos de implantação, já que as “plantas-novidades” seguem o custo fator moda, sendo bem mais caras que as plantas nativas, e por fim, plantas estrangeiras tendem a crescer mais devagar pela menor adaptação, impactando negativamente no momento da entrega do empreendimento ao cliente.

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Outro aspecto importante são os baixos serviços ambientais nos projetos de paisagismo atuais, que se traduz em pouca biomassa (densidade de vegetação), baixa diversidade de espécies e uso de exóticas e invasoras por desconhecimento. Benefícios necessários proporcionados pela vegetação urbana são minimizados quando o enfoque é apenas grama-arbustos-palmeiras. Perde-se a também a chance de comunicar a sustentabilidade do paisagismo ao cliente, em novas peças de marketing e claro, de melhorar a vida das famílias, com uma eficiente redução da temperatura ambiente, menos poluição sonora, retenção da poeira e gases tóxicos do ar, atração de fauna especializada, controle de pragas urbanas, umidificação do ar, entre tantos outros.

Os tempos mudaram, e as cidades também. Hoje, 90% dos brasileiros moram em cidades, essas aglomerações humanas se tornam cada dia mais objeto de inovações em sustentabilidade na construção civil. O Paisagismo brasileiro do século XXI tem que acompanhar essa demanda.

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Botânico, Mestre em Botânica pela Universidade de São Paulo (USP). Apresenta um trabalho inovador em projetos de paisagismo, resgatando a natureza original em áreas verdes planejadas que resultam em maiores serviços ambientais e menor manutenção e custos. Suas pesquisas em biodiversidade nativa resultaram na criação das três primeiras reservas públicas naturais de Cerrado da cidade de SP, em um total de 33.090 m², sendo por isso indicado "Empreendedor de Futuro" pela Folha de São Paulo e Fundação Schwab (Suiça) e condecorado com a Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo pela Câmara Municipal. Também é responsável pelo curso de Paisagismo Sustentável do Green Building Council Brasil, consultor desde 2013 da Rede Globo São Paulo como “Dr. Árvore” e desde 2011, colunista semanal de Meio Ambiente na Rádio Estadão. Escreve o Blog “Árvores de São Paulo”, atualmente com mais de 3 milhões de acessos. Foi curador na exposição permanente “A Casa e a Cidade” do Museu da Casa Brasileira sobre o território natural da cidade de São Paulo. Com o objetivo de resgatar os biomas nativos dentro da escala urbana, criou a técnica "Floresta de Bolso®", aplicada em áreas públicas e privadas com a participação da comunidade em mutirão e apoiada por empresas e poder público.

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