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Sua aplicação com manta asfáltica atende a NR-18?

A segurança que a impermeabilização confere às edificações é no aumento de sua vida útil, na redução dos custos de manutenção aos proprietários e do impacto ao meio ambiente

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Ao contratar uma impermeabilização é importante levar em consideração várias situações à aplicação, tais como: especificação correta, mão de obra treinada, fiscalização atuante, aplicação de produtos adequados (em consumo e qualidade), dentre outros, que interferem diretamente no desempenho da impermeabilização.

Mas temos uma abordagem que também é muito importante. A proposta deste artigo é expor os cuidados e procedimentos necessários à segurança dos profissionais que executam a impermeabilização com mantas asfálticas. Isto serve para obras novas e reformas, pois a responsabilidade quanto a segurança não é transferida para o terceiro/executor dos serviços.

Ela é de quem contrata! E se aplica a todos os tipos de mantas asfálticas para impermeabilização e as suas interfaces de execução.

A Norma Regulamentadora, ABNT NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, tem um item específico sobre impermeabilização com mantas asfálticas. Isto torna obrigatório a observância de procedimentos de preparação, manuseio e aplicação, além dos que já são recomendados pela ABNT NBR 9574 – Execução de impermeabilização.

Histórico

A NR 18, que trata das condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, foi modificada, por consenso das três bancadas no CPN – Comitê Permanente Nacional em 2011 e criado o Item 18.17 – Alvenaria, Revestimentos, Acabamentos e Impermeabilização, que têm as seguintes considerações:

  • Os serviços de aquecimento, transporte e aplicação de impermeabilizante a quente e a frio devem estar previstos no PCMAT e/ou no PPRA e atender a NBR-9574 vigente (subitem 18.17.4 da NR-18);
  • O equipamento para aquecimento deve ser metálico, possuir tampa com respiradouro de segurança, termômetro ou termostato, bem como possuir nome da empresa fabricante ou importadora e CNPJ em caracteres indeléveis e visíveis;
  • Não é permitido o aquecimento a lenha nos serviços de impermeabilização.

Já, a norma NBR 9574, que trata da execução de impermeabilização, estabelece os parâmetros de execução de 27 diferentes tipos de impermeabilização com os seguintes procedimentos:

  • Preparação do substrato
  • Aplicação do tipo de impermeabilização
  • Proteção do tipo de impermeabilização

A impermeabilização como um sistema deve atender ao disposto na ABNT NBR 9575 – Impermeabilização – Seleção e projeto. As mantas como produto devem atender o desempenho exigido na ABNT NBR 9952 – Mantas asfálticas para impermeabilização.

Cuidados à aplicação de mantas asfálticas com chama de maçarico a GLP

A NBR 9574 disciplina no item 4.3.13 – a, mantas asfálticas, a aplicação do tipo de impermeabilização com chama de maçarico a GLP, descrevendo os procedimentos de segurança, que coincidem ao disposto na NR 18.

Fotos do arquivo do autor. Figuras 1 e 2 – Par de luvas de raspa; colher de pedreiro; objeto cortante (estilete ou faca); rolo de pintura de lã de carneiro; maçarico de alta potência.

Normas de segurança para uso do maçarico:

• Ao conectar a válvula de segurança no botijão, certifique-se que não tenha vazamentos de gás, usando espuma de sabão para verificação;

• Após certificar-se que não há vazamentos na conexão do botijão, verifique as condições da mangueira, examinando-a cuidadosamente para detectar possíveis avarias que possam oferecer riscos de vazamentos de gás e provocar acidentes: coloque a mangueira em um recipiente com água, abra a válvula do botijão submetendo a mangueira à pressão total – caso constate alguma anomalia, substitua a mesma por uma nova;

• Certifique-se de que não há vazamento em nenhuma das conexões, tais como: registro, gatilho etc.;

• Jamais coloque o botijão dentro de caixas d’água ou qualquer outro local fechado quando estiver trabalhando com o maçarico nestes locais;

• Não deixar o maçarico conectado ao botijão quando se ausentar do local de trabalho, mesmo que seja por curto espaço de tempo;

• Não usar o maçarico em ambiente fechado sem a colocação de ventilação forçada para renovação do ar – caso contrário, o ar interno perderá oxigênio, causando danos à saúde dos funcionários que estejam trabalhando no local;

• Usar sempre mangueira para alta pressão;

• Nunca use fósforos ou isqueiros para verificar possíveis vazamentos de gás em qualquer parte do equipamento;

• Nunca use o maçarico com o botijão de gás deitado (fora da posição normal) – este procedimento poderá provocar rompimento da mangueira e danos na válvula de regulagem de pressão do equipamento;

• Em dias muito frios, poderá ocorrer congelamento do botijão depois de algumas horas de uso – é aconselhável trocar o botijão, deixando que o mesmo descongele naturalmente.

Cuidados para aplicação de mantas asfálticas com colagem a quente

A NBR 9574 disciplina, no item 4.3.13 – b, a aplicação do tipo de impermeabilização por meio de colagem com asfalto a quente, coincidindo com os procedimentos de segurança dispostos na NR 18.

Fotos do arquivo do autor. Figuras 3 e 4 – Ilustrações de aquecedor de asfalto.

Medidas de segurança na área de trabalho do aquecedor de asfalto

• Colocar o aquecedor de asfalto sobre superfície plana, travar uma das rodas com calço apropriado para evitar risco de tombamento ou deslocamento;

• Conservar os botijões de gás a uma distância apropriada e num lugar seguro, onde não possam virar ou serem danificados;

• Tenha cuidado com materiais inflamáveis e sempre conserve um extintor à mão, na área de trabalho;

• Nunca deixe o aquecedor de asfalto sem supervisão enquanto estiver funcionando e sempre fechar a válvula de gás quando o supervisor se afastar por um tempo maior;

• Quando abrir a válvula de 1½ para drenar a caldeira de asfalto, faça de forma lenta para evitar qualquer respingo;

• Sempre usar EPI’s e roupas apropriadas, tais como: camisa de manga longa, calça comprida de algodão, perneira de raspa de couro, calçado de segurança, luvas de raspa de couro com cano longo, avental longo de raspa de couro, protetor facial ou óculos de segurança com respirador PFF2, capacete de segurança;

• Durante o funcionamento do aquecedor de asfalto, nunca deixe a tampa aberta depois de colocar o asfalto no recipiente interno – isto pode causar autocombustão e o aquecedor de asfalto se incendiar;

• Não segure ou movimente o aquecedor de asfalto enquanto ele estiver quente ou cheio de asfalto;

• Em caso de incêndio, chame a brigada de incêndio; e em caso de acidente, chame a equipe de emergência;

• Com auxílio de espuma feita com água e sabão, verifique regularmente se não há vazamento no regulador, queimador e em todas as válvulas;

• Verifique regularmente se as mangueiras de borracha não estão gastas e se estiverem, troque-as.

Considerações finais

A segurança que a impermeabilização confere às edificações é no aumento de sua vida útil, na redução dos custos de manutenção aos proprietários e do impacto ao meio ambiente. A segurança do impermeabilizador é primordial para que este serviço seja executado corretamente.

Para que este profissional não faça parte das estatísticas que informam que os trabalhadores do setor da construção civil têm um risco três vezes maior de morrer por acidente de trabalho em relação aos trabalhadores do conjunto de outros setores econômicos, observar as disposições da NR 18 e da NBR 9574 é obrigação que todos nós devemos cumprir para atingirmos a segurança na acepção da palavra.

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Professor na pós-graduação lato-sensu, nos cursos de patologia nas obras civis e de patologia na Impermeabilização, desde 2006, em diversas cidades do Brasil. Autor do livro "Látex Estireno Butadieno - Aplicação em Concretos de Cimento e Polímeros" Atuante desde 1978, com o conhecimento construído em atividades técnicas na criação, desenvolvimento e normalização de produtos ao mercado e de gestão em consultoria na área de tecnologia de impermeabilização de edificações residenciais, comerciais, industriais e de saneamento, proteção às estruturas de concreto e atenuação ao ruído de impacto entre lajes, elaborando projetos, procedimentos executivos, treinamentos “in company”, fiscalização de obras, objetivando dirimir dúvidas e possibilitando a implantação dos conteúdos dos projetos e normalizações, sempre com o alto padrão de excelência. Palestrante com mais de 60 trabalhos apresentados em congressos nacionais e internacionais com inúmeros artigos técnicos e matérias publicadas sobre proteção às estruturas, impermeabilização e isolação acústica, bem como atuante em comissões de estudo da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, CB 2 - Construção Civil; CB 22 – Impermeabilização e CB 90 – Qualificação de pessoas. Diretor Técnico da A2S Engenharia e perícia.

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