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Tenho participado de inúmeros eventos sobre o tema BIM (Building Information Modeling) e uma coisa tem me despertado atenção: sempre temos a plateia errada! Nos eventos encontramos estudantes e profissionais técnicos da área, alguns já com conhecimento sobre o tema. Mas raramente temos alguém com poder de decisão na empresa…. Aparentemente o tema ainda não desperta interesse naqueles que devem ser responsáveis pela definição de investimentos para a implantação desta inovação tecnológica.

Sim, porque o BIM deve ser visto como um processo de inovação na organização, pois altera seus processos internos, os produtos e documentos resultantes e pode reposicionar toda a produção, seja de um escritório de projetos, seja uma construtora ou uma instituição proprietária de imóveis.

E como todo processo de inovação ele deve ter como premissa o apoio e envolvimento da alta direção, sem o que estará fadado ao fracasso. E, infelizmente, já assistimos à esta situação.

Em geral, os primeiros interessados em implantar o BIM são da área técnica, pois são eles que sofrem rotineiramente com os problemas de projetos mal resolvidos, orçamentos e cronogramas com excesso de erros etc., mas o foco da inovação não deve ser a correção destes sintomas e sim a eliminação da origem do problema para que seja possível um melhor desempenho da organização.

Não vamos nos enganar, a principal motivação para a imensa maioria das inovações é financeira, a busca por melhor rentabilidade. E o BIM é uma excelente forma disto ser alcançado.

Todos os relatos de casos de implantação bem-sucedida de BIM indicam ganhos. Um dos estudos mais consistentes foi apresentado no ENIC 2016 pela da DRS Ingeneria y Gestion, empresa chilena que desenvolveu 234 projetos em BIM para escritórios, varejo e indústria com custo de construção entre U$5 milhões e U$50 milhões, e que resultaram em economias entre U$250.000,00 e U$2.500.000,00 por empreendimento, ou seja cerca de 5% dos valores, afora outras vantagens, como a redução de incertezas de prazos e custos. Porém existem diversos outros relatos e todos apontam na mesma direção, redução de custos e prazos de obras e melhoria na precisão de orçamentos e cronogramas. Ou seja, ganhos financeiros!

Do mesmo modo o que impulsiona o governo do Reino Unido a investir milhões de libras no desenvolvimento do BIM de modo que possa exigir sua aplicação nos empreendimentos é a meta de redução de 15% nos custos das obras governamentais.

O BIM realmente encanta os técnicos, mas não são eles que decidem e aparentemente os responsáveis ainda não estão atentos para os ganhos que esta inovação pode proporcionar. E , pior, uma implantação sem o devido apoio da alta direção corre sérios riscos de ser mal sucedida…

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