Os anos 1950 e 1960 foram um período de profunda crítica e revisão das bases do pensamento na esfera da arquitetura, antepondo-se contra os fortes e crescentes preceitos de padronização. O uso do concreto aparente por Le Corbusier foi referido, em 1953, pela primeira vez no discurso da arquitetura, por Brutalismo, afirmando que o material, uma vez visível em seu estado mais primitivo ou não acabado – expresso em sua “verdade” – definira uma diferença em relação à abstração purista. Era uma revolta, um grito, um protesto. A obra assume o caráter do peso do concreto aparente e da marca das formas de madeira nele impressas como um testemunho do processo de construção e do trabalho do homem que a construiu. O concreto aparente ganhou o mundo pelos trabalhos de Le Corbusier, Niemeyer, Tadao Ando, Gozáles de León, Kenzo Tange e outros muitos, e muitos arquitetos.
No Brasil, o concreto aparente foi amplamente utilizado pela administração publica em seus edifícios, entre finais da década de 1960 e inicio dos anos de 1980, para simbolizar o crescimento do país, a modernidade e a monumentalidade tão desejadas pelos países em desenvolvimento. Na década seguinte, a de 90, o concreto aparente caiu no descrédito pela falta de durabilidade e má conservação destes mesmos prédios públicos. Até hoje são visíveis as escolas, prontos-socorros, pontes, viadutos, edifícios de administração públicas em concretos sujos e mal cuidados, desabando, em fim de curta vida útil. É deste período também, em contradição, a realização dos mais belos projetos em concreto aparente do mundo. O problema de durabilidade fora resolvido e todo o potencial do material amigável e barato ficou à disposição do arquiteto. É um dos poucos materiais que traz a vantagem exclusiva de ter seu valor atrelado à cultura e não ao preço. Seu potencial estético é obtido somente no estado da arte, reunindo eficiência e economia, por isso, não consegue sucesso quem não tem cultura, equipe e know-how para bem projetar e construir em concreto. Daí o grande número de fracassos. A construção em concreto aparente é barata, mas requer especialização para extrair-lhe beleza. Sem esta especialização se constroem como fazem os órgãos públicos, com concreto de linha da concreteira, sem cuidados, sem durabilidade e embarcam numa aventura que termina anos depois em revestimento e decepção.
O uso das alvenarias e das argamassas está em curva declinante. A tendência de se construir tudo com muito concreto é real devido a vantagem de custo que se aufere, e quando ele se associa com outros materiais como vidro e painéis, principalmente, resultam em belos edifícios como hoje são lançados. E daqui pra frente, será assim…