fbpx
Início Arquitetura Arquitetura Luz quente ou luz fria? O que é melhor?

Luz quente ou luz fria? O que é melhor?

Recomendação para iluminação nos ambientes internos é abaixo de 2700K, utilizando sempre a luz de maneira indireta, internacionalmente já existe a recomendação em 2200K

0

Nosso ciclo biológico está dividido entre o ciclo claro adaptado à luz solar durante o dia, e o ciclo escuro durante a noite, que é quando produzimos o hormônio da melatonina, liberado durante o sono com a função de regenerar o nossas células.

Nosso cérebro entende que estamos no ciclo claro através de fotorreceptores em nossos olhos. Temos um criptocromo adaptado à luz azul, que envia esta informação ao nosso organismo.

É bom lembrar que a maioria das lâmpadas de led é uma composição de um led azul com adição de fosforo para tornar a luz branca. Quanto mais branca a aparência da Luz do led, mais azul é produzido por esta fonte, que pode ser excessiva ao ser humano a ponto de suprimir a produção da melatonina.

A exposição regular a luz fria (branco acima de 3300K), especialmente após o pôr do sol, contribuirá para o agravamento de distúrbios no sono e um aumento de doenças como câncer e diabetes.

Temos células na retina responsáveis pela produção de melatonina, que regenera a retina durante a noite. Quando usamos luz artificial após o pôr do sol, precisamos tomar alguns cuidados porque algumas fontes reduzem a capacidade regeneradora e restauradora de nossos olhos, aumentando o risco de degeneração macular, uma das principais causas de cegueira.

O uso inadequado da luz pode exacerbar doenças crônicas de todos os tipos, promovendo disfunção mitocondrial e suprimindo a produção de energia em nossas células.

Toda luz, incluindo a das telas eletrônicas de tablets e smartfones, suprime a produção de melatonina, interrompendo assim o sono, o que também tem consequências prejudiciais para a saúde.

Vale saber que o espectro de luz que não afeta a produção da melatonina é o vermelho, portanto ao iluminar durante a noite, de preferencia a luz amarela, e quanto mais âmbar melhor, se for vermelha, melhor ainda.

Ao iluminar áreas externas, tente chegar ao espectro de 605 nanômetros (luz âmbar) para evitar a poluição luminosa e seus impactos nocivos aos seres humanos e a outras espécies.

Minha recomendação para iluminação nos ambientes internos é abaixo de 2700K, utilizando sempre a luz de maneira indireta, internacionalmente já existe a recomendação em 2200K.


Silvia Carneiro é arquiteta especialista em projetos de iluminação e pesquisadora sobre os impactos da luz artificial nos seres vivos.

Artigo anteriorQual a diferença entre escoramento, cimbramento, reescoramento e escoramento remanescente?
Próximo artigoUma ferramenta prevê quanto você vai gastar na reforma da sua casa
Silvia Maria Carneiro de Campos, natural de São Paulo, onde reside, atua no mercado de iluminação LED desde 2008, arquiteta especialista em iluminação LED, com Pós Graduação em Iluminação e Design de Interiores e Master em Arquitetura & Iluminação. É titular do escritório IRIS um olhar para o futuro, e atua como Consultora de Negócios, inteligência estratégica e Relacionamento à industrias de iluminação, oferecendo atendimento técnico aos arquitetos e especificadores luminotécnicos em Projetos com tecnologia LED e Projetos Luminotécnicos de diversos seguimentos. Também dá aulas de iluminação em cursos de Pós Graduação. Certificada em Acessibilidade pela SMPD-SP foi colaboradora no CB-40 comitê de acessibilidade na revisão da ABNT 9050/15 e do comitê CB-03 COBEI da ABNT, onde participou da revisão das normas ABNT 5101 (Iluminação Pública) e 5413 (Iluminação de ambientes de trabalho, atual ABNT ISO/CIE 8995-1). Atualmente é colaboradora do grupo de projetos luminotécnicos da Comissão de Estudo Especial Modelagem da Informação da Construção (BIM) – Grupo de Trabalho sobre Componentes BIM ABNT/CEE-134

Receba por email, os melhores conteúdos da semana sobre Construção!