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Lean Construction e os Desafios da Copa da Russia de 2018: Longo período de implementação e Complexidade

Não existe um único, ou melhor, formato de se iniciar uma Jornada Lean em uma empresa. O mais importante é entender o que se espera, ou seja, traçar o foco da implementação

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De forma a avançarmos mais rapidamente nesta série, descreverei neste artigo sobre dois temas ao mesmo tempo. O quarto e quinto tema levantados pelo Lean Construction Institute da Rússia após a Copa do Mundo de 2018 foram:

Longo período de implementação

Eles constataram que a falta de know how das construtoras e empresas de consultoria que participaram de grande parte das obras da Copa do Mundo, não apenas de estádios, mas também de infraestrutura e outras, fez com que muitas das implementações demorassem mais do que o previsto e, com isso, os resultados também vieram tardiamente.

Sabemos, por experiência própria e também por estudos já realizados em outros mercados que trabalham com Lean, que uma Jornada de Implementação em um projeto é totalmente diferente da implementação em uma Empresa e, com isso, muitos resultados são esperados durante o período do próprio projeto, é claro, afinal queremos constatá-los de forma a avaliar o seu retorno.

Mas o que acontece é que, em todos os projetos de implementação do Lean, existem resultados que são obtidos em curto, médio e longo prazo. Existem até mesmo aqueles que veremos posteriormente ao projeto finalizado.

Workshops com foco em produtividade e todos aqueles que podemos tratar de forma isolada, geralmente podem ter resultados de curto e médio prazo, porém temas como, planejamento e estratégia de produção e logística, programação do Takt, entre outros, devem ser trabalhados de forma mais sistêmica, pois seu intuito é abranger todo o período da obra. Assim sendo, eles terão resultados maiores se os medirmos ao final do projeto.

Complexidade

Eles verificaram também que a falta de conhecimento específico sobre as metodologias e ferramentas corretas fizeram com que as pessoas achassem ser muito mais complexo do que realmente foi a implementação do Lean Construction em suas obras.

Em uma das videoconferências que participei com algumas construtoras elas me disseram que a falta de experiência também foi um fator que pesou muito durante as implementações. Como eles tinham poucos cases de sucesso e tinham visto, na prática, poucas implementações, optaram por fazer o básico do Lean Construction. Muitos resultados vieram, mas pela complexidade das obras, muita coisa deixou ainda a desejar.

Por outro lado, como a complexidade de um projeto (obra) é bem menor do que a complexidade de uma empresa, aquelas empresas que iniciaram sua Jornada Lean pela parte Empresarial, ou seja, a partir da Estratégia da Empresa, estruturando o Modelo de Excelência Operacional, seus processos e depois foram com a implementação para as obras, obtiveram resultados de médio longo prazos maiores e eles permaneceram.

Já as empresas que focaram suas implementações apenas nas obras, principalmente com Workshops de Produtividade, Logística, Manutenção, etc., obtiveram resultados muito bons, porém apenas de curto prazo, ou seja, tiveram que desenvolver algo mais corporativo depois para que os conhecimentos, os processos e a forma de multiplicar a jornada de implementação pudesse ser padronizada e levada para outras obras.

Enfim, como eu tenho dito em algumas palestras e nas minhas Mentorias Consultivas para profissionais da Construção, não existe um único, ou melhor, formato de se iniciar uma Jornada Lean em uma empresa. O mais importante é entender o que se espera, ou seja, traçar o foco da implementação.

Na minha experiência, depois desses quase nove anos atuando neste mercado, o modelo que eu mais vejo sustentabilidade é aquele no qual iniciamos de maneira Corporativa, desenhando, a partir da Estratégia da Empresa, o Modelo de Excelência Operacional, as interfaces entre os processos e a sequência da cadeia produtiva para padronizar a Jornada Lean de atuação em todas as obras. Este é o modelo que, no meu caso, mais deu resultados de curto, médio, mas principalmente, de longo prazo, pois deixa um legado gigantesco para a empresa e faz com que ela consiga ter profissionais qualificados, processos padronizados e uma forma única para replicar suas implementações.

Então por hoje é isso. Fico por aqui. Um forte abraço e até o próximo artigo.

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Diretor Geral e proprietário do IOpEx Brasil – Mentoria, Consultoria e Treinamentos Engenheiro Mecânico - Universidade Federal de São João del Rey - MG Mestre em Lean Construction - Karlsruhe Institute of Technology da Alemanha MBA – Gestão e Sist. de Produção Ind. Automotiva - Universidade Federal do Rio de Janeiro Especialista em Operational Excellence - Institut fuer Innovation und Management GmbH- Alemanha Lean Construction Expert - The Associated General Contractors of America – USA Membro e Parceiro - Lean Construction Institute - USA Instrutor do Lean Expert Program - Lean Coaching - Alemanha Autor do livro – Lean Construction e Excelência Operacional – Sistema de Produção para Construção Projetos Lean e Excelência Operacional realizados em mais de 32 países envolvendo Américas, Europa e Asia Expertise em Novos Negócios, Construção Enxuta, Planejamento Estratégico, Gestão Empresarial, Serviços e Varejo

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