Muitas pessoas ainda acreditam que o LEAN CONSTRUCTION está ligado APENAS ou DIRETAMENTE com os processos de Produção e Logística de uma obra. Este é um erro que ainda vem sendo cometido por muitos profissionais que estão iniciando seus estudos e a sua jornada de implementação.
Quando pensamos no LEAN CONSTRUCTION, devemos saber que esta Filosofia de Gestão e Melhoria não envolve apenas os processos produtivos e afins, mas toda a Empresa.
Quando uma empresa elabora o seu Planejamento Estratégico Anual ela necessita direcionar todos os seus esforços, a partir de sua Missão, Visão e Valores, de um Diagnóstico e Plano Estratégicos até o desenvolvimento e estruturação de sua Estratégia Operacional, ou seja, Estratégia para cada Obra, alinhando-a com os Processos Críticos e suas Interfaces/Integração, Gestão e todos os desdobramentos com os Planos Operacionais – vide figura abaixo.
Trabalhando desta forma, a empresa alinha não apenas seus esforços para atingir suas metas globais do Negócio, mas principalmente, para que a Estratégia de cada Operação (Obra ou Projeto), possa também ser realizada com sucesso. Afinal de contas cada projeto possui a sua particularidade, seus Stakeholders, seus custos, enfim, cada projeto deve ser tratado como uma Operação em si, e por isso, demanda esforços direcionados.
Assim sendo, quando pensamos em Estratégia de Operações, estamos falando em utilizar tal metodologia desde a Fase de “Obtenção dos Contratos”, onde a empresa está estudando os projetos e desenvolvendo cada uma de suas Estratégias específicas, até o início da “Execução” da Obra.
Como você pode ver pela figura abaixo, esta é uma Metodologia crucial para o sucesso de um Projeto.
É justamente na “Estratégia da Operação” que trabalhamos os elementos essenciais de um Projet e neste artigo eu gostaria de mencionar 4 dos 11 Elementos que estão envolvidos na metodologia:
- Escopo – soma dos produtos, serviços e resultados a serem fornecidos
- Custos – que vão envolver Custos de mão de obra, Custos de materiais e suprimentos, Custos de serviços contratados, Custos de gerenciamento, Custos de sistemas utilizados, Custos de inflação e juros, etc.
- Stakeholders – que podem ser divididos em 3 categorias
- Patrocinadores – investidores, diretores, alta gerência, clientes internos e externos.
- Participantes – O gerente e a equipe do projeto, fornecedores, empreiteiros, especialistas.
- Externos – líderes e grupos de comunidades, ambientalistas, mídia, familiares dos integrantes do projeto.
- Equipe – que são os recursos humanos que irão participar de todo o Projeto ou Operação
E para explorarmos mais em detalhes o 4o Elemento – Equipe – vamos analisar as 2 figuras abaixo.
Na primeira figura vemos claramente o que acontece na maioria das obras, ou seja, 2 grandes RUPTURAS:
A 1a aconcete entre a Equipe que Prospectou, Elaborou a Proposta e a Obtenção do Contrato e a Equipe que efetivamente iniciará a obra. Neste momento, muitos problemas acontecem pois geralmente as pessoas envolvidas são diferentes e muito do que foi discutido, estudado e definido na fase de “Obtencão do Contrato e Desenvolvimento do Projeto” não é padronizado e a Passagem de Bastão é realizada de maneira incompleta, causando distúrbios e trazendo diversos problemas a todos os envolvidos.
E a 2a ruptura acontece entre a Equipe que entregará a obra e a que prestará a Assistência Técnica e a Operação & Manutenção do Empreendimento. Outra vez aqui, o time da Obra, que é quem conhece cada um dos problemas e acontecimentos (teoricamente) entrega o Projeto e uma nova Equipe assume o bastão. Novamente, devido à Gestão funcional tradicional ainda existente na maioria das Empresas, muitos dos problemas ainda não foram encerrados e com isso, a obra termina, mas não se encerra.
Entre outros momentos ao longo de uma Obra, estes são, com certeza, dois dos mais importantes.
O intuito da metodologia “Estratégia de Operações” é preparar a obra para a posterior implementação e utilização das ferramentas da metodologia “Pull Planning – Planejamento Puxado”, a qual faz parte do CICLO GPPC do IOpEx – Gestão por Processos, Pull Planning, Programação do Takt e Controle da Rotina.
Atuando da maneira certa e com as ferramentas adequadas já na Fase da “Estratégia da Operação” a obra estará muito mais preparada para ter um “Planejamento Puxado” que consiga antecipar os problemas, restrições e interferências. Isto faz com que tudo esteja pronto para que a posterior “Programação do Takt” possa realmente fornecer, para cada Fase da Obra, o RITMO e os RECURSOS adequados, de forma que Produção, Logística e demais processos atuem com a maior produtividade e qualidade possíveis.
Portanto, ter uma “Gestão por Processos” desde o início, uma “Estratégia de Operações” bem definida, padronizada e detalhada e o CICLO GPPC rodando da maneira adequada durante cada uma das Fases do Projeto, são alguns dos Elementos-Chave para o sucesso de qualquer empreendimento.
E para finalizarmos é sempre muito importante dizer que o LEAN CONSTRUCTION e suas atuais metodologias estão cada vez mais voltados não apenas para o KAIZEN (MELHORIA CONTÍNUA) em si, elemento básico do LEAN, mas para que a EMPRESA, com o tempo, consiga padronizar sua atuação em cada uma das Fases de suas Operações e estruturar:
- Seu Sistema de Produção, com ferramentas e metodologias para cada uma das fases de uma Obra com foco, principalmente, nos processos de Produção e na Logística;
- Seu Modelo de Excelência Operacional CORPORATIVO, ou seja, que englobe metodologias e ferramentas para TODOS OS PROCESSOS DA EMPRESA.
Caso você tenha alguma dúvida, sugestão ou comentário entre em contato conosco no email abaixo. Será um enorme prazer conhece-lo e, quem sabe, podermos compartilhar conhecimentos.
Um forte abraço,
Jevandro Barros
Diretor – Grupo IM & IOpEx
Mentoria, Consultoria & Treinamentos
www.iopexbrasil.org