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Inovação tecnológica na formação do preço de obras – Parte 2: Atributos para um sistema inteligente

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Dando sequencia ao artigo anterior: Inovação tecnológica na formação do preço de obras – Parte 1, abordarei aqui os atributos necessários a um Sistema Inteligente.

O Fato

A necessidade de se estabelecer padrões é um imperativo para a leitura e encadeamento de qualquer dos sistemas informatizados.

Assim, se configuram por atender a um conjunto de regras, que definem a validade da sua aplicação, orientam a organização dos elementos componentes e estabelecem o fluxo dos processos, gerando resultados indicadores comportamentais compatíveis, experimentados e mensuráveis.

Nesse aspecto, é notável a geração de uma sucessão de indicadores de desempenhos de recursos padrão e o decorrente estabelecimento de valores referenciais dos custos dos serviços, esses obtidos originalmente por meio de apropriações de campo para composições advindas do TCPO (Tabela de Composição de Custos de Obra), uma publicação da Editora PINI, destinada ao orçamento das obras de edificações e infraestrutura urbana, criado há mais de 60 anos.

Com o avanço da modernização e investimentos, os atuais sistemas fomentados pelo governo – SICRO (DNIT) e SIAPI (CEF), passaram a exibir, complementarmente, metodologias consolidadas e  capazes de conceber e expressar diversas composições de custos, com característica referencial e que são utilizadas largamente nas obras construídas no nosso país.

A questão que se coloca é o fato dessas composições estarem referenciadas a padrões de serviços provenientes dos segmentos de natureza convencionais e repetitivos e serem representados, genericamente, por atividades triviais, corriqueiras nesses modelos de construção.

Comparativamente, quando necessitamos de referenciais para serviços complexos, notadamente por magnitude ou sequenciamento progressivo, verificamos um abismo que, geralmente, proporciona grandes distorções na análise da representatividade, uma vez que tais informações ali obtidas não são competentes, por não traduzirem os critérios específicos e a autenticidade das identidades requeridas.

Para a formação do preço desses serviços diferenciados, encontramos os dados normalmente dispersos, destacados em acervos especializados, e caracterizados por normas dos sistemas produtivos próprios, peculiaridades nos fluxos dos processos, distintas inter-relações de procedências e exclusivas intervenções técnicas especializadas.

O Efeito

No desenvolvimento de uma solução tecnológica abrangente, é fundamental criar um observatório de conhecimentos customizado, deste modo o sistema é idealizado para dispor um conjunto de capacidades colaborativas, baseadas em funções concebidas para modelar, simular, executar, alterar, monitorar e otimizar fluxos processos análogos e, assim, ter elementos indicadores para formar os preços de construção para obras de todas as tipologias e naturezas.

Portanto, um mecanismo de garimpo adequado para a busca da expressão legítima e dos padrões assimiláveis por tipologias construtivas afins é o que qualificará a acuracidade do sistema.

As Informações devem estar em conformidade com os requisitos para a sua aplicação e, mesmo numa ocorrência esporádica, devem manifestar relevância para a serventia, correspondência ou equivalência desses serviços especiais.

O sistema deverá abrigar um repositório do conhecimento para cada tipologia de forma compartimentada.

É relevante destacar que quantidades de serviço a executar e os preços de mercado do insumo a serem aplicados são variáveis que dependem das particularidades do tamanho do projeto e da regionalização da sua implantação.

Dessa maneira, distintamente, em cada projeto, o padrão terá uma compreensão da constituição técnica própria, levando-se em consideração a metodologia construtiva, as exigências contratuais e os impactos decorrentes das condições de execução e implantação.

Entretanto, os impactos nos desempenhos dos recursos utilizados nesse padrão serão relacionados a indicadores, entendidos como uma propriedade decorrente de características intrínsecas, por apresentarem variáveis circunstanciais, que se fundamentam no fluxo do processo do serviço que foi observado correspondendo a mesma identidade.

Há que se observar que, para cada serviço avaliado, existe uma composição de várias atividades que são executadas dentro de um fluxo de processos, para que a produção seja realizada.

Desta forma, a estrutura do custo é formada por todos os recursos utilizados, sejam máquinas, equipamentos, ferramentas, materiais, produtos e os trabalhadores com suas profissões requeridas nessa atividade.

As somatórias desses recursos com seus respectivos valores unitários representam, para o caso de máquinas e equipamentos e a mão de obra da produção, a produtividade em horas para uma unidade de serviço a ser realizado. No caso dos materiais, temos o consumo unitário, na unidade de medida da sua aplicação.

Para assegurar a legitimidade do padrão, segundo as normas e regras estabelecidas nos marcos no sistema, a obtenção da razão dos desempenhos dos recursos, são expressas pelo inverso da sua eficiência, ou seja 1/E, sendo, E igual ao resultado da operação da quantidade de recursos por tipo que está envolvido na execução, projetado pela quantidade unitária do serviço a executar e na razão do tempo previsto da execução, dando condições de avaliar e estimar, cada dimensionamento equivalente.

O Resultado

O modelo preditivo da obtenção dos dados do sistema é com base na repetição automatizada, assim concebido para melhor aproximar a compreensão da máquina e para possibilitar que as estatísticas sejam retroalimentadas, permitindo que a seleção dos indicadores para tomada de decisão, sejam baseados em resultados progressivamente mais confiáveis e realistas.

Acompanhe o próximo artigo (Parte 3) para entender como estão definidos os requisitos do sistema.

Até lá!

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Engenheiro Civil – Universidade Católica – Salvador, BA 1974/78 Certificação Notório Saber em Engenharia de Custos IBEC/ICEC 2015.0028.1-7 Consultor e Perito Especializado em Engenharia de Custos da Construção Professor e Coordenador do Curso de Especialização em Engenharia de Custos – UNIP Publicação do livro Elementos de Engenharia de Custos/ Editora PINI, coautoria Mário Sérgio PINI Curador Técnico e coautor do Livro Pareceres de Engenharia/AACE 2016. Parceria FCAV em Pesquisa, inovação e tecnologia para a Formação de Preços de Obras Palestrante em Congressos Internacionais do ICEC- International Cost Engineering Council, Seminários nacionais da AACE Brasil, CREA, SINDUSCON, CBIC e PETROBRAS

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