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Guia Prático sobre BIM – Parte IV – Operando BIM como um engenheiro

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Inicialmente, vamos ter uma visão geral da dos kits de “ferramentas”:

Será sempre útil ter uma visão geral dos kits de “ferramentas” e das “ferramentas” que teremos à nossa disposição em qualquer software que iremos operar. Esta visão geral nos permitirá – sem entrar em maiores detalhes – observar o que se pode esperar de retorno do software. Aliás, recomendo a todo o iniciante de qualquer sistema fazer quadros análogos tendo, assim, uma visão geral do que esteja aprendendo.

Na imagem acima, vemos um resumo dos “KITS de ferramentas” (também chamados de “comandos”), e de todos os primeiros níveis destas “ferramentas” (ou seja, quando ao lado da ferramenta for observada uma seta, existem “ferramentas” secundárias, para facilitar a operação e retornos).

No “kit de ferramenta” FICHEIROS (ARQUIVOS), teremos as “ferramentas”: novo, abrir, fechar, guardar, guardar como, enviar alterações, arquivos especiais, conteudo externo, bibliotecas e objetos, informações, definir plotter, desenhar, definir páginas, imprimir e sair. Já em EDIÇÃO teremos: desfazer, refazer, repetir, cortar, copiar, colar, apagar, seccionar tudo, pesquisar e selecionar, procurar e substituir textos, agrupar,visualizar ordem, a proteger, mover, alinhar, etc.

Observe as quantidades de “ferramentas” possíveis em cada caso!

Recomendo não querer saber todas as “ferramentas” de uma vez, pois o conhecimento de um software deve ser com o conceito de sabedoria iniciática, isto é, ir conhecendo as “ferramentas” à medida de sua necessidade e do retorno esperado. Esta visão geral apenas nos possibilita avaliar a quantidade de “ferramentas” singulares às quais se tem acesso.

No entanto, não teremos que saber todas para iniciar a operação, nem de longe. Conheço “experts” em Arquicad que não tem conhecimento de muitas “ferramentas”, pois este software – criado em 1990 pelo Professor Charles M Eastman do Instituto de Tecnologia da Georgia, e utilizado pela primeira vez em um edificio virtual por Jerry Laiserin usando ARCHICAD da GRAPHISOFT em 1987 –, tem ao longo deste tempo agregado novas “ferramentas” desde a versão 6.1 até a atual versão, 21.

Além disto, muitas “ferramentas” nem serão utilizadas para o objetivo de quantificação.

Observo ainda, que ao operar o sistema, será mais fácil clicar sobre a ferramenta e obter um retorno dela do que expor aqui, em texto corrido, tudo o que cada uma faz. Confesso, também, que a primeira vez que assim procedi, me senti perdido, pois não tive a experiência de usar uma metodologia. Resultado: frustração total, pois a ferramenta não retornou nada!

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Para obter o que se quer utilizando a ferramenta BIM dentro da quantificação será necessário estar com todas as informações à mão. Assim, para cada retorno, vamos ter que identificar que “kits de ferramenta” e que “ferramentas” iremos necessitar.

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Migrando formatos

De uma forma didática, estaremos quantificando um projeto já existente e desenvolvido em .DWG, sendo o nosso objetivo os retornos de volumes. Assim, de uma informação em 2D (.DWG) iremos obter as informações volumétricas, 3D (.pln). Na linguagem “informatês” seria “migrar o.dwg para o.pln”. Simples operacionalmente, mas conceitualmente muito difícil, este procedimento é fundamental quando se trata de “migrar um projeto” de 2D para 3D.

Ao usar BIM em uma parede, por exemplo, esta será representada em 3D, onde já estarão definidas as dimensões de altura, largura e comprimento e será possível visualizar este elemento construtivo no “espaço”. Este mesmo entendimento será estendido para laje, pilares, vigas, pisos, tetos, janelas, portas e tantos elementos quanto se apresentarem em 2D de um projeto.

Utilizando o princípio”O QUE SE TEM E O QUE SE QUER”:

O que se tem?  Uma planta em.dwg.

O que se quer? Uma planta com elementos em 3D.

Qual o caminho a seguir?

Resposta: kit de ferramentas ARQUIVOS, na ferramenta “OBTER INFORMAÇÃO EXTERNA”

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Ao olhar a tela pela primeira vez, há uma quantidade enorme de ícones e, geralmente nos sentimos “travados” com tantos ícones. Esta reação é normal!

Vamos entender um pouco o que esta tela tem de informação:

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  1. Menu……ou KITS de “FERRAMENTAS”
  2. Atalho de ícones…ou “ferramentas” que iremos agregando a medida de nossa necessidade operacional, sem ter que ir ao MENU e aos KITS DE FERRAMENTA, muito semelhante aos “atalhos” do windows
  3. Paletas de Informações ou onde estão os elementos construtivos e suas características,.
  4. Locais de elementos de operações
  5. Janelas das Coordenadas, ou locais de informações de localização do projeto, na tela.
  6. Janela de Controles ou formas de visualizações possíveis
  7. Janela do Navegador ou localizador de layers e emissão de relatórios, enfim, onde você se torna o navegador do sistema

Para um engenheiro, sua primeira atitude é querer saber TODOS os significados. Desista desta ideia: siga o princípio “O QUE SE TEM E O QUE SE QUER”, procurando iniciaticamente o conhecimento das “ferramentas” disponíveis.

Por exemplo: já tendo um desenho na tela, em BIM, e querendo “ver” em 3D, operamos desta forma:

QUE FERRAMENTA PRECISO USAR?

Resposta :   VISUALIZAÇÃO/elementos vista de 3d/mostrar em 3D

Na tela:

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Parece um pouco confuso à primeira vista, mas iniciaticamente, as respostas vão aparecendo…

Seguindo estas “dicas” é possivel operar o sistema e ter uma visão de como interagir com os menus e “ferramentas” e retornar com o que se quer, sem ter que ser um profissional de informática.

Antes de iniciar o desenho, recomendo também deixar algumas janelas abertas, onde estarão “ferramentas” de necessidades imediatas, para a continuação dos trabalhos.

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Seguindo a rotina operacional, que não é o escopo deste artigo, obtém-se uma parede em 3D.

Operacionalmente em Archicad, se você tem na tela uma parede em 2D, e quiser ter a sensação de um 3D, aperte a tecla F3. Você verá na tela a parede, e o resto do desenho em 2D

Com um duplo clique na parede (com o botão da direita), abre-se uma janela na qual é possível escolher a definição de paredes (definicão de parede por defeito…português de Portugal), na qual é possível alterar as configurações de um elemento.

Chamo bastante a atenção neste artigo para este detalhe, pois a impressão que temos é que os elementos dos softwares vêm “enlatados” e, na verdade, estas modificações possíveis vêm com o conhecimento das ferramentas.

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É bastante util conhecer esta janela, pois ela irá possibilitar flexibilizar o elemento parede, por exemplo, com possibilidades para todos os outros elementos.

Neste comando define-se a Geometria e Posicionamento, Planta e secção, Modelo, Listagem e rolagem.

Na aba Geometria e posicionamento vão os dados que irão qualificar a parede, como PD (pé direito), Piso atual e Cota Zero, com representações gráficas de onde serão obtidas as informações numericas das paredes: pela face interna, meio ou exterma, e se haverá espessura a considerar e seu valor.

E assim será para todos os elementos construtivos.

Não desanime com a complexidade de informações. Elas geralmente vêm no sistema como padrão, mas pode acontecer de termos que alterá-las em alguma ocasião sendo necessário então o conhecimeno de onde fazer isto.

Veja, que seguindo alguns PRINCIPIOS e estas dicas, o uso de softwares em BIM não parece tão impossível para nós engenheiros!

Complemento este artigo com a afirmação:

“Os aplicativos de projeto, tais como REVIT, ARCHICAD, BENTLEY, VECTORWORKS, entre outros, têm “ferramentas” que permitem efetuar diretamente os levantamentos de quantitativos. Porém cada um tem peculiaridades e limitações. Não é objetivo deste artigo uma comparação extensiva destas diferenças. Mas é possível indicar algumas diferenças de enfoque que resultam em metodologias e respostas variadas. Em vários testes comparativos de resultados entre alguns destes aplicativos, não foram encontradas diferenças significativas nas quantidades apuradas (variação inferior a 1%).” **

** Convênio Nº 076/2010 ABDI-MDIC (SICONV Nº 751776/2010) 11 / Meta: Elaboração de 6 (seis) Guias Técnicos 12 aplicáveis ao BIM – EDIFICAÇÕES

Também é importante reafirmar que:

“Levantamentos a partir de um modelo BIM têm por pressuposto que este modelo atende a condições básicas:

a) Todos os elementos, componentes e equipamentos que compõem o modelo estão corretamente classificados de acordo com o sistema de classificação adotado no empreendimento;

b) Todos os elementos, componentes e equipamentos que compõem o modelo estão especificados de acordo com as regras definidas para o empreendimento, inclusive quanto aos parâmetros que devem ser incluídos nos componentes BIM;

c) A modelagem deste conjunto está consistente e sem conflitos.”

Se estas premissas não estiverem atendidas satisfatoriamente, o levantamento vai apresentar falhas, seja por desconsiderar algum elemento ou componente, seja por resultar em dupla contagem de algum deles.

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Engenheiro civil formado pela Universidade Mackenzie em 1967, trabalhou inicialmente como engenheiro de obras e diretor de construtora; especializou-se na área de gestão de empresas de construção. Em 1984, fundou o SBD (Sistema Badra de Dados & Associados, escritório do qual é diretor até hoje) para prestar consultoria em elaboração de orçamentos de obras com uso da informática. Na década de 1990, foi coordenador e diretor da divisão de informática do Instituto de Engenharia. Atualmente, é um dos principais defensores do uso do BIM (Build Information Modeling, sistema em que o levantamento de quantidade é feito com base em desenhos tridimensionais) no Brasil. Em 2014 a 2017 Assessor da Presidência no Instituto de Engenharia para assuntos de BIM,Coordenou mis de 70 palestras sobre BIM na Engenharia, Palestrante sobre Orçamento com uso de BIM.2015 Reconhecido pelo IBEC e acreditado por International Cost Engineering Council, como Notório Saber em Engenharia de Custo .Tendo em seu acervo mais de 4 milhões de m² de obras orçadas.

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