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Construção: o controle de qualidade na alvenaria estrutural

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O controle de qualidade na alvenaria estrutural deve ser entendido de uma maneira mais global. A qualidade começa a se manifestar desde as premissas do incorporador, passando pelos projetos e planejamento. Normalmente nós entendemos este controle como ensaios dos materiais e às vezes o controle da execução. Vamos focar neste texto no controle dos materiais.

Sempre que falamos em controle de qualidade dos materiais temos que pensar numa base de 3 pontos: especificação, ensaios, rastreabilidade. O resultado de um ensaio só tem valor se podemos compará-lo com a especificada no projeto e se sabemos onde o material foi aplicado (para as devidas correções, se necessário).

Na alvenaria estrutural, temos 3 materiais básicos: os blocos de concreto, a argamassa de assentamento e o graute. Temos também o ensaio do prisma composto por dois blocos superpostos, assentados com a argamassa de projeto e grauteado ou não segundo especificações de projeto.

Os blocos de concreto são normalizados pela NBR6136 e, além disso, vários fabricantes possuem selo de qualidade da ABCP. Nessa norma são definidas todas as dimensões com suas tolerâncias e os ensaios de compressão, absorção total e retração. É bastante interessante checar também a absorção inicial (IRA ou AAI), apesar deste ensaio não ser requerido pela NBR6136. Este dado será bastante importante no funcionamento conjunto bloco-argamassa, seja no assentamento como no revestimento. Para os blocos, a única especificação necessária nos projetos é a resistência a compressão. Paralelamente, definimos em conjunto com o bloco a resistência do prisma com seu fator de eficiência.

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A argamassa é um material com múltiplas propriedades e que costuma ser mal especificada, apenas pela resistência a compressão, que é uma de suas características menos importante.

Para começar precisamos ter trabalhabilidade no estado fresco. Isto envolve ter plasticidade ( para conseguirmos executar os cordões ), consistência ( para possibilitar a colocação do bloco sobre o cordão sem amassar ) e coesão. A qualidade mais desejada é a aderência, que deve ser medida conforme o anexo C ( normativo ) da NBR15961 , em ensaio de prisma deitado.

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O graute é outro material que não é completamente especificado. Também para ele, normalmente, só se especifica a resistência a compressão. Pelo menos aqui, esta é a propriedade mais importante. Mas precisamos de outros valores. O graute deve ser colocado em um pequeno espaço e jogado de uma altura de até 3m. Ele deverá , portanto ter coesão e plasticidade equivalente a um concreto auto adensável, com a determinação do slump-flow necessário, observando-se durante o mesmo se ele mantém a proporção de agregados em todos os pontos, sem exsudação. Deverá ter também boa aderência e baixa retração, duas propriedades que também deverão ser especificadas.

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O ponto mais importante no controle de qualidade da alvenaria estrutural é o ensaio de prisma. Ele representa o menor elemento que representa a parede pois terá o funcionamento conjunto do bloco com a argamassa ou bloco, argamassa e graute. Este ensaio é muito sensível à perda de aderência da argamassa. Para isso é muito importante o cuidado no transporte do prisma da obra para o laboratório, assim como cuidados no capeamento dos mesmos. Nos prismas grauteados é muito importante observar a não retração do graute, pois isso fará com que toda a carga da prensa durante o ensaio se aplique somente no bloco, distorcendo o resultado. O resultado do prisma é o valor básico que os projetistas estruturais avaliam para determinar a resistência final da parede.

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