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Como Construir uma Carreira Internacional em Engenharia (Parte 3)

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Na parte 1 e parte 2 deste artigo entendemos as atitudes e o processo que te levam a ter uma carreira internacional em Engenharia. Agora vamos discutir o perfil profissional que o engenheiro precisa ter para “tentar dominar o mundo”. Como todo artigo foi escrito por um engenheiro, teremos um fluxograma no final para você não se perder no seu planejamento para uma carreira internacional.

Na minha última consulta, encontrei 35 tipos diferentes de graduação em engenharia no Brasil. Sabendo-se que, segundo a ONU, existem 193 países, a pretensão de colocar no papel perfis profissionais que queiram ir para o exterior, teremos que lidar no mínimo com 6755 perfis profissionais diferentes. Isso sem contar a questão da senioridade, que muda completamente o perfil profissional; com as especificidades de atuação dentro de cada tipo de engenharia; e com a formulação dos currículos de cursos superiores, onde cada país faz o seu. Por esses motivos, detalhar estes perfis é um trabalho insano que nenhum engenheiro vai se meter a fazer.

É importante entender que uma contratação com intuito de expatriar o profissional ocorre na grande maioria das vezes com perfis profissionais seniores dentro de sua área de atuação. Entenda sênior como alguém que tem experiências extremamente relevantes na área de atuação, o que para um engenheiro civil residente de obras seria experiência gerencial em diversas obras significativas. Do mais, ir para fora como expatriado sem possuir um perfil sênior é raro e acontece mais em multinacionais que possuem programas de trainee. Um entendimento mais aprofundado de qual seria este perfil profissional internacional deve ser seu maior objetivo hoje e existem algumas ferramentas que podem ajudar como por exemplo o LinkedIn.

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Aliás, você tem um perfil completo e atualizado no LinkedIn? Se ainda não tiver um perfil ou se ele estiver incompleto e/ou desatualizado pare imediatamente a leitura deste artigo e vá agora mesmo trabalhar no seu perfil. A razão é simples, a grande maioria das contratações (no Brasil ou fora) invariavelmente passam pelo LinkedIn.

Não sou especialista em LinkedIn, porém já fiz algumas contratações através dele e também gosto de ler e conversar com profissionais de RH a respeito. Este é de longe o site mais consultado por empresas e profissionais de recrutamento quando estão contratando. Por isso segue abaixo alguns pontos muito importantes para um bom perfil nesta ferramenta:

1 – Perfil obrigatoriamente em inglês. Perfil em português é completamente secundário.

2 – Coloque uma foto profissional no seu perfil. Se você não tiver uma em arquivo, recorra a um fotógrafo profissional.

3 – Customize sua URL para te encontrarem com mais facilidade e mostrar profissionalismo.

4 – A seção “Summary” e a “Headline” são as mais importantes do seu perfil. Poderíamos fazer um artigo tratando somente destas seções, mas prefiro que você leia algumas dicas nos links abaixo:

Forbes – Five Things Never to Say in Your LinkedIn Headline

Pete Leibman – Please Change Your LinkedIn Profile Now

Forbes – Five Things Your LinkedIn Profile Must Convey Within Ten Seconds

Forbes – Three Steps to Writing the Perfect LinkedIn Summary

Forbes – Put A Human Voice In Your LinkedIn Summary

4 – Complete a seção de experiências incluindo todas suas experiências profissionais. Descreva de maneira interessante ao leitor e vá direto ao ponto (não seja prolixo). Coloque o website das empresas que trabalhou também.

5 – Liste suas competências na secção “Featured Skills and Endorsements”. Não se atenha a ferramentas (Office, AutoCad, etc.) pois são pouco importantes para um perfil sênior, liste as competências verdadeiras do seu perfil profissional, tais como: Corporate Finance, Project Management, Team Leadership, Business Development, etc.

6 – Siga alguns profissionais que admira e que possuem as qualificações e posições que você almeja. Siga e se conecte também a headhunters pois eles sempre postam ou replicam as vagas em aberto.

7 – Conecte, conecte e conecte. Explore a ferramenta e tenha toda sua rede profissional conectada através do LinkedIn. Siga também as empresas que você admira ou gostaria de trabalhar.

8 – E não se esqueça, obtenha recomendações de pessoas que já trabalharam com você (fornecedores, colegas, chefes, etc.). A melhor estratégia para isso é escrever uma recomendação para eles primeiro.

O ideal é deixar seu perfil o mais completo possível. Seguem alguns artigos interessantes a respeito:

Forbes – How To Update Your LinkedIn Profile To 2017

Forbes – Ten Ways Your LinkedIn Profile Is Hurting Your Credibility

J.T. O’Donnell – Don’t Write Your Profile In The 3rd Person

 

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A busca por uma vaga

Agora que você é um profissional presente no LinkedIn com um perfil atualizado e escrito numa linguagem que o mundo dos negócios vai entender e se dispor a ler, pode começar a pensar em dar o passo definitivo para se tornar um profissional internacional, a busca por uma vaga no exterior.

Lembrando do que já foi discutido até aqui, principalmente a questão legal de se trabalhar no exterior, buscar emprego no exterior é exatamente igual buscar emprego no Brasil. A única diferença é que é feita na língua da empresa que está contratando, o que na maioria das vezes é o inglês.

Existem basicamente dois locais onde são disponibilizadas vagas em aberto. Os sites das empresas contratantes, geralmente na aba carrers, ou nas empresas especializadas em executive search, também chamadas de empresas de headhunting.

E como encontrá-las? No Google.com meu amigo. Não existe melhor ferramenta.

Logicamente que para essa busca ser assertiva você vai necessitar de um certo foco em relação ao local que deseja trabalhar. Saiba que empresas de executive search contratam com frequência expatriados para atuar nos mais diversos lugares. Visite o site da Spencer Ogden ou da EWI, ambas empresas de recrutamento na área de engenharia , e você entenderá que apesar de serem inglesas, estas empresas focam em profissionais expatriados para assumirem posições internacionais.

Por outro lado, você pode acessar o site da Michael Page UK e verificar que as posições em aberto são quase na totalidade para o Reino Unido.

Aqui você encontra as 20 maiores empresas de executive search do mundo.

 

Descrição do cargo

Mais importante que verificar as vagas em aberto e as condições de contratação é verificar o perfil dos cargos disponíveis, ou o job descritption de cada vaga. Nele você encontrará todas as informações para entender que tipo de perfil eles contratam mais frequentemente no local que você quer trabalhar. De posse desta informação você pode trabalhar o seu perfil para que ele seja aderente às posições que desejar e assim aumentar muito as suas chances de ser contratado no exterior.

O LinkedIn também pode ajudar nesta jornada de entender o perfil profissional ideal para ser contratado no exterior. Você pode verificar os perfis dos profissionais que já trabalham nas empresas e nas posições que você busca, já que a ferramenta disponibiliza abertamente e de graça essas informações.

A vantagem de focar em uma carreira internacional e preparar seu perfil profissional para disputar uma vaga fora do Brasil é o princípio da diversificação. Ao passo que alguns mercados de trabalho locais podem sofrer alguns reveses – vide o mercado brasileiro de engenharia nos últimos anos -, outros estão crescendo e necessitando de profissionais qualificados.

Clicando aqui você faz o download de um fluxograma que vai te auxiliar a entender que caminho seguir para ter uma carreira internacional.

Abraços,

Luiz Junqueira

 

Veja também:

Como Construir uma Carreira Internacional em Engenharia (Parte 1)

Como Construir uma Carreira Internacional em Engenharia (Parte 2)

 

Luiz Junqueira mora e trabalha em Zurique na Suíça. É diretor de projetos para África Subsaariana nas áreas de infraestrutura, energia, mineração, óleo e gás. Formado em Engenharia Civil pela UNESP (2002), pós-graduado em Engenharia de Produção pela USP (2006) e em Gestão de Projetos pelo ITA (2007). Possui também MBA pela SBS Swiss Business School (2016).

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